sexta-feira, 18 de julho de 2008

Vestígios


Pedaços de alma, despedaçados

Mergulhados em tamanha acidez
Vestígios de objetivos traçados
Da alheia, mas familiar estupidez

Foram infindáveis, as tempestades
Raríssimos, os momentos pacíficos
Forçado a obliterar contrariedades
Despertou demónios apocalípticos

Apesar de mil e uma dificuldades
Nunca se deixou vencer pelo medo
Imaginou monstruosas atrocidades
Pois o ódio, quase o deixava cego


Bruscamente, num momento triste
Foi forçado a libertar o que sentia
Aterrorizado, o seu irmão assiste
A um horrível, mas necessário dia

A vingança de nada serviu, foi inútil
Prometia muito, mas nada cumpriu
Não passa de um ato egoísta e fútil
O gosto amargo, da alma não saiu

Estes devaneios de um simples tolo
Escritos assim, em simples versos
São silenciosos gritos, de consolo
Desabafos, sobre tempos adversos

O preço a pagar foi deveras doloroso
Permaneceu muitos anos na escuridão
Perdido e à deriva num circulo vicioso
A sua salvação, foi esta nova paixão

Foi então crescendo, exponencialmente
A vontade de aprender mais e melhorar
De partilhar a sua voz com toda a gente
E fazer tudo o que há neste mundo rimar